quarta-feira, 10 de novembro de 2010

. "A HISTÓRIA"




"A Doutrina Espírita, como toda idéia nova, tem seus adeptos e

seus opositores. Vamos tentar responder a algumas das objeções,

examinando o valor dos motivos em que se apóiam, sem termos, entretanto,

a pretensão de convencer a todos, porque há pessoas que

acreditam que a luz tenha sido feita exclusivamente para elas. Dirigimo-

nos às pessoas de boa-fé, sem idéias preconcebidas ou obstinadas

e sinceramente desejosas de se instruir, e demonstraremos que a

maior parte das objeções à Doutrina provém de uma observação incompleta

dos fatos e de um julgamento feito com muita leviandade e

precipitação.

Lembremos primeiramente e em poucas palavras a série progressiva

dos fenômenos que deram origem à Doutrina Espírita.

O primeiro fato observado foi o de que diversos objetos se movimentavam;

de maneira geral, chamaram-no de mesas girantes ou dança

das mesas. Esse fenômeno, observado primeiramente nos Estados

Unidos, ou melhor, que se repetiu e foi anunciado naquele país, porque

a história prova que remonta à mais alta Antiguidade, se produziu

acompanhado de circunstâncias estranhas, como barulhos anormais,

pancadas sem causa aparente ou conhecida. Dos Estados Unidos se

propagou rapidamente pela Europa e em seguida por todo o mundo.

A princípio houve muita incredulidade, mas a multiplicidade das experiências

não mais permitiu duvidar da realidade.



Um comentário:

  1. Filomena
    Se o fenômeno tivesse ficado restrito ao movimento dos objetos
    materiais, poderia ser explicado por uma causa puramente física. Estamos
    longe de conhecer todos os agentes ocultos da natureza e todas as
    propriedades daqueles que conhecemos; a eletricidade, aliás, multiplica
    a cada dia ao infinito os recursos que ela proporciona ao homem
    e parece destinada 6 a iluminar a ciência com uma nova luz. Não haveria,
    portanto, nada de impossível se a eletricidade, modificada por algum
    fator ou qualquer outro agente desconhecido, fosse a causa desse
    movimento. A reunião de muitas pessoas, aumentando o poder da
    ação, parecia apoiar essa teoria, porque se podia considerar todo o
    conjunto como uma pilha múltipla cujo potencial estava em razão do
    número de elementos.
    O movimento circular não apresentaria nada de extraordinário,
    está na natureza, todos os astros se movem em círculos; poderíamos
    ter um pequeno reflexo do movimento geral do universo, ou melhor,
    uma causa até então desconhecida poderia produzir acidentalmente,
    com pequenos objetos e em determinadas circunstâncias, uma corrente
    parecida à que faz girar os mundos.
    Ocorre que o movimento nem sempre era circular; muitas vezes
    era brusco, desordenado; outras vezes o objeto era violentamente
    sacudido, derrubado, levado numa direção qualquer e, contrariamente a
    todas as leis da estática7, levantado do chão e mantido no espaço.
    Ainda não havia nada nesses fatos que não pudesse ser explicado
    pelo poder de um agente físico invisível. Não vemos a eletricidade
    derrubar edifícios, destruir árvores, lançar ao longe os mais pesados
    corpos, atraí-los ou repeli-los?
    Os ruídos anormais, as pancadas, supondo-se que não fossem um
    dos efeitos normais da dilatação da madeira ou de qualquer outra causa
    acidental, poderiam muito bem ser produzidos pelo acúmulo de um fluido
    oculto: a eletricidade não produz os ruídos mais violentos?

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