Nas Conversações
Não se irrite com o interlocutor, se não lhe corresponde à expectativa. Talvez não tenha sido você suficientemente claro na expressão.
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Se o interpelado não atende, de pronto, cale as reclamações. É provável que ele seja gago e, se o não for, a descortesia é uma infelicidade em si mesma.
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Quando alguém não lhe der a informação solicitada, com a presteza que você desejaria, não se aborreça. Recorde que a surdez pode atacar a todos.
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Evite os assuntos desconcertantes para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silêncio.
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Não pergunte a esmo. Quem muito interroga, muito fere.
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Cultive a delicadeza com os empregados de qualquer instituição ou estabelecimento, onde você permaneça de passagem. Sua mente, quase sempre, está despreocupada em semelhantes lugares e ignora os problemas de quem foi chamado a servi-lo.
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Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa. A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de cada dia.
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Se o companheiro lhe fere o ouvido com má resposta, tenha calma e espere o tempo. Possivelmente já respondeu com gentileza noventa e nove vezes a outras pessoas, ou, talvez, acabe de sofrer uma perda importante.
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Ajude, conversando. Uma boa palavra auxilia sempre.
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Lembre-se de que o mal não merece comentário em tempo algum.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB.
AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA"
ResponderExcluir"1. PALAVRAS NOVAS"
"Para designar coisas novas são necessárias palavras novas; assim
exige a clareza de uma língua, para evitar a confusão que ocorre quando
uma palavra tem múltiplo sentido. As palavras espiritual, espiritualista,
espiritualismo têm um significado bem definido, e acrescentar-lhes uma
nova significação para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos seria multiplicar
os casos já tão numerosos de palavras com duplo sentido. De fato, o
espiritualismo é o oposto do materialismo, e qualquer um que acredite
ter em si algo além da matéria é espiritualista, embora isso não queira
dizer que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações
com o mundo material. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo,
utilizamos, para designar a crença nos Espíritos, as palavras espírita e
Espiritismo, que lembram a origem e têm em si a raiz e que, por isso
mesmo, têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, reservando à
palavra espiritualismo sua significação própria. Diremos que a Doutrina
Espírita ou o Espiritismo tem por princípio a relação do mundo material
com os Espíritos ou seres do mundo espiritual. Os adeptos do Espiritismo
serão os espíritas ou, se quiserem, os espiritistas.
Como especialidade, o Livro dos Espíritos contém a Doutrina
Espírita; como generalidade, liga-se ao espiritualismo num dos seus aspectos.
Esta é a razão por que traz, no início de seu título, as palavras:
“filosofia espiritualista”."
"A ALMA"
ResponderExcluir"Há outra palavra sobre a qual devemos igualmente nos entender,
por constituir em si um dos fechos de abóbada, isto é, a sustentação
de toda a doutrina moral, e que se tornou objeto de muitas sias por falta de um significado que a defina com precisão determinada.
É a palavra alma. A divergência de opiniões sobre a natureza da
alma resulta da aplicação particular que cada um faz dessa palavra.
Uma língua perfeita, em que cada idéia tivesse sua representação por
um termo próprio, evitaria muitas discussões; com uma palavra para
cada coisa, todos se entenderiam.
Segundo alguns, a alma é o princípio da vida material orgânica,
não tem existência própria e termina com a vida: é o materialismo
puro. É nesse sentido e por comparação que se diz de um instrumento
rachado quando não emite mais som: não tem alma. De acordo com
essa opinião, a alma seria um efeito e não uma causa.Outros pensam que a alma é o princípio da inteligência, agente
universal do qual cada ser absorve uma porção. De acordo com esse
pensamento, haveria para todo o universo apenas uma única alma
que distribui suas centelhas entre os diversos seres inteligentes
durante a vida. Após a sua morte, cada centelha retornaria à fonte
comum, onde se misturaria no todo, como as águas dos riachos e dos
rios retornam ao mar de onde saíram. Essa opinião difere da anterior
apenas em que, nessa hipótese, há no corpo mais do que a matéria e
que resta alguma coisa depois da morte; mas é quase como se não
restasse nada, uma vez que, incorporando-se ao todo de onde veio,
perde a individualidade e, assim, não teríamos mais consciência de
nós mesmos. De acordo com essa opinião, a alma universal seria Deus e
cada ser, uma porção da divindade. Essa é uma variante do panteísmo