quinta-feira, 29 de julho de 2010


E.S.E capítulo V Bem-Aventurados os AflitosItem 24, parágrafo 1 e 2 - A VERDADEIRA DESGRAÇA Delphine de Girardin - Paris, 1861– Todos falam da desgraça, todos a experimentaram e julgam conhecer o seu caráter múltiplo. Venho dizer-vos, porém, que quase todos se eng-anam, pois a verdadeira desgraça não é, de maneira alguma, aquilo que os homens, ou seja, os desgraçados, supõem. Eles a vêem na miséria, na lareira sem fogo, no credor impaciente, no berço vazio do anjo que antes sorria, nas lágrimas, no féretro que se acompanha de cabeça descoberta e coração partido, na angústia da traição, na privação do orgulhoso que desejava vestir-se de púrpura e esconde sua nudez nos farrapos da vaida-de. Tudo isso, e muitas outras coisas ainda, chamam-se desgraça, na lingua-gem humana. Sim, realmente são a desgraça, para aqueles que nada vêem além do presente. Mas a verdadeira desgraça está mais nas conseqüênciasde uma coisa do que na própria coisa.- Dizei-me se o mais feliz acontecimento do momento, que traz funestas conseqüências, não é, na realidade, mais desgraçado que aquele inicia-lmente aborrecido, que acaba por produzir o bem? Dizei-me se a tempe-stade, que despedaça as árvores, mas purifica a atmosfera, dissipando os miasmas insalubres que poderiam causar a morte, não é antes uma felicidade que uma desgraça?Para julgar uma coisa, é necessário, portanto, ver-lhe as conseqüências. É assim que, para julgar o que é realmente feliz ou desgraçado para o homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se manifestam. Ora, tudo aquilo que ele chama desgraça, de acordo com a sua visão, cessa com a vida e tem sua com-pensação na vida futura.(E.S.E por Allan Kardec - tradução de José Herculano Pires

Um comentário:

  1. E.S.E) Evangelho Segundo o Espiritismo
    por ALLAN KARDEC - tradução de José Herculano Pires

    Cap. II - MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO, itém 8
    Instruções do Espíritos __ UMA REALEZA TERRENA
    UMA RAINHA DE FRANÇA __ Havre, 1863

    8 – Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. Quem, pois, compreenderia o nada dos reinos do mundo, se eu não o compreendesse? O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra!

    Para preparar um lugar nesse reino são necessárias à abnegação, a humildade, a caridade, a benevolência para com todos. Não se pergunta o que fostes, que posição ocupastes, mas o bem que fizestes, as lágrimas que enxugastes.

    Oh, Jesus! Disseste que teu reino não era deste mundo, porque é necessário sofrer para chegar ao Céu, e os degraus do trono não levam até lá. São os caminhos mais penosos da vida os que conduzem a ele. Procurai, pois o caminho através de espinhos e abrolhos e não por entre as flores!

    Os homens correm atrás dos bens terrenos, como se os pudessem guardar para sempre. Mas aqui não há ilusões, e logo eles se apercebem de que conquistaram apenas sombras, desprezando os únicos bens sólidos e duráveis , os únicos que lhes podem abrir as portas dessa morada.

    continuação...

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